Por Drº. Ramkumar, Drº. Robert Svoboda & Drª. Claudia Welch
Observação: Este é um trabalho em desenvolvimento. Já alteramos o título e editamos o artigo em resposta à observação cautelosa dos leitores. Incluímos alguns links na parte inferior da página com outras fontes que abrangem algumas das questões importantes a respeito da apropriação cultural no Ayurveda que não são tratadas neste artigo.
Em tempos de crise generalizada nas sociedades ao redor do mundo, a questão da apropriação, que pode ser definida como a adoção de elementos de uma cultura por membros de outra cultura, chama bastante atenção. Este processo de adoção, que pode ocasionalmente ser benigno ou até benéfico, mas geralmente é prejudicial. Isso porque o Ayurveda é um sistema de saúde e de cura originário da Índia, porém que está se tornando global, e a questão da apropriação do Ayurveda precisa ser abordada.
Ainda que a cultura indiana tenha sido apropriada de tantas maneiras – e geralmente desenvolvida de forma seletiva – para convir à cultura branca e ocidental, e algumas questões a respeito da apropriação possam coincidir com aquelas relacionadas à experiência dos negros nos Estados Unidos, parecerem urgentes e serem importantes, este trabalho não tem a intenção de trazer um olhar compreensivo a todos os aspectos da apropriação cultural. Na verdade, ele é uma resposta às solicitações dos alunos ocidentais a nós sobre como o Ayurveda deveria ser aprendido, praticado e ensinado fora de seu lugar de origem – a Índia, e se isso realmente deveria ser feito.
Os sociólogos identificam o material e o não-material como dois aspectos de uma cultura intimamente ligados, ainda que sejam separados. Os valores, crenças, língua, leis e símbolos de uma cultura não-material influenciam – e são influenciados – pela natureza material do que eles realizam e criam; como se comportam; e os objetos que eles manufaturam/produzem. Enquanto a apropriação cultural de ambos os aspectos culturais material e não-material deveria, portanto, ser frequentemente examinada, isso não se aplica ao Ayurveda, uma vez que sua teoria e prática sejam concomitante e intrinsecamente conectadas (por exemplo, apreciam samavāyi sambandha).
No entanto, uma distinção deve ser feita entre o conhecimento que é transmitido de geração para geração como parte de uma tradição de vida e, aquele conhecimento ao qual é concedido um selo de aprovação do governo da vez. Em consideração a isso, vale observar que após 1835 D.C, o Ayurveda foi sujeitado à “apropriação cultural negativa”, quando os britânicos promoveram a literatura inglesa e ciências em inglês no meio dos ingleses, na Índia, e ativamente desencorajaram e suprimiram a literatura, as línguas e ciências indianas, incluindo o Ayurveda. A Alma Mater do Dr. Svoboda, a Tilak Ayurved Mahavdyalaya de Pune, foi inaugurada em 1933 como parte do ressurgimento da cultura pró-Índia, antibritânica.
Apesar de um século de repressão (o que levou à perda inestimável de conhecimento prático), o Ayurveda se recusou a morrer e, aquele governo que já o havia rejeitado, teria mudado de posicionamento e reconhecido o Ayurveda como um sistema de saúde, fato graças ao qual o Dr. Svoboda pôde concluir seus estudos e, após graduação e estágio, recebeu a permissão para atuar em 1980 como o primeiro vaidya não-indiano na história.
O sistema tradicional de permissão para vaidyas foi, porém, uma fatalidade do processo de legalização. Antes de ser reconhecidos pelo governo, os alunos eram testados por seus gurus para então obter a permissão da prática, apenas quando aqueles mentores lhes dissessem que poderiam atuar. Essa relação guru-discípulo sempre foi a base da educação Ayurvédica, desde o início do Ayurveda, e anular isso (ainda que isso seja praticamente desejável no contexto do mundo moderno) transformou a questão sobre a possível apropriação cultural, pois, agora o ingresso em uma faculdade de Ayurveda não depende de encontrar um guru com muito conhecimento e experiência (como ordenado no Caraka), mas sim de completar as formalidades impostas pelo governo, o que tomou o lugar do guru.
Enquanto os três autores foram obrigados a mostrar a um guru que ele poderia aceitá-los como alunos para estudar Ayurveda no passado, no atual sistema apenas o governo precisa estar de acordo. Isto permitiu que os senhores Ramkumar (como cidadão indiano) e Svoboda (como estrangeiro que acabou por encontrar as pessoas certas no momento certo) fossem aceitos na faculdade de Ayurveda, porém, impediu que a Sra. Welch também o fizesse, apesar de suas tentativas em um ano inteiro para ser aceita em mais de uma instituição. Há mais de 40 anos o governo indiano intitulou como vaidyas muito mais não-indianos e agora incentiva ativamente estrangeiros a estudarem o Ayurveda. Muitos alunos indianos e praticantes do Ayurveda são, inclusive, cristãos, siques e muçulmanos. O guruji da Sra. Welch, que atuou como vaidya enquanto ainda muito jovem, nasceu em uma família Sique e já dissera Welch que seu professor de Ayurveda foi um senhor muçulmano. Isso demonstra que é possível que vaidyas fossem não apenas de diferentes castas, mas também de outras religiões. Estes fatos nos mostram que uma parte substancial da população da maior democracia do mundo não pensa que não-hindus e não-indianos que estudam Ayurveda sejam intrinsecamente culpados pela apropriação cultural. A pergunta que permanece é a seguinte:
Quem deveria, de acordo com as tradições do Ayurveda, ter a permissão e o suporte para estudar, praticar e ensinar Ayurveda?
Para auxiliar a direcionarmos esse assunto, nós usaremos os meios para adquirir conhecimento que são universalmente aceitos no Ayurveda: a percepção direta (pratyaksa), o testemunho de uma autoridade (śabda) e a inferência (anumāna). Ao aplicar pratyaksa e anumāna, entendemos o seguinte:
Podemos perceber (pratyakṣa) que as pessoas de qualquer cor de pele nascidas ou criadas dentro ou fora da Índia possuem todo nível de conhecimento e de recurso com Ayurveda, desde nenhum até o mínimo exercício (por exemplo, ter passado por algum curso de um ou dois anos e feito uma ou duas viagens para a Índia para ter a experiência e aprender algo mais), desde pessoas que cresceram expostas à prática de alguns princípios do Ayurveda mas não tiveram nenhum treinamento formal, até pessoas que apreciam seguir estudos e práticas. Estes fatos nos levam à conclusão (anumāna) de que o país de origem de um indivíduo, ou onde ele é educado, não é um fator que determina quem tem o potencial para ser um profissional no Ayurveda.
Podemos observar (pratyakṣa) que algumas pessoas com um modesto conhecimento e pouquíssima ou nenhuma prática clínica que não têm consciência do quanto não sabem a respeito ainda se apresentam como especialistas, independente do país de origem e da cor de pele. Nós já ouvimos preocupações a respeito desta prática/situação, que ameaça distorcer e diluir o conhecimento do Ayurveda.
Para encaminhar estas questões de forma mais aprofundada, buscamos o depoimento de uma autoridade: (śabda)
Autoridade é a declaração de pessoas verossímeis. (āpta). Āpta[s] são aqueles que possuem conhecimento desprovido de qualquer dúvida, de aquisição indireta ou parcial, ligação e aversão. A declaração de pessoas dotadas de tais méritos é um depoimento.
Caraka Saṃhitā:Vimānasthāna: IV: 4
De acordo com o Caraka, as autoridades confiáveis são aquelas livres de estímulos ou atividades físicas ou mentais excessivas, livres de tendências preguiçosas, inertes, hedonísticas, e que não estejam ligados a um resultado particular. Além disso, devem ser especialistas em sua disciplina e espiritualmente esclarecidos, e seu conhecimento deve ser universalmente verdadeiro, no passado, presente e futuro.
Claramente, agora é difícil encontrar indivíduos que estejam alinhados a essa descrição. Porém entende-se que os textos clássicos na Índia foram escritos por sábios que os fizeram e assim, ainda que reconheçam que existem limitações, os textos são considerados autoritários. Além disso, mesmo que os especialistas de hoje não sejam qualificados como āpta(s) segundo a definição no Caraka’s, ainda existe valor em ouvir aqueles que passaram uma vida toda tentando viver de acordo com essa definição, e que ponderaram profundamente sobre como praticar e propagar o Ayurveda.
Em resposta à pergunta sobre quem deveria ter permissão para aprender, praticar e ensinar o Ayurveda, portanto, concluímos que, além de examinar textos de autoridades, devemos consultar as autoridades mais experientes possíveis.
DIRETRIZES DA AUTORIDADE dos TEXTOS CLÁSSICOS & AUTORIDADE dos HUMANOS
Sabemos por experiência que, bem como afirmado no artigo, “Cientistas-Vaidyas: catalisando o renascimento do Ayurveda”, “o Ayurveda e as ciências biomédicas compartilham o mesmo espírito da investigação aberta e sincera.” Talvez a razão para isso seja que, na literatura clássica do Ayurveda, yoga e tantra, a ênfase não está na cor da pele, no país de nascimento, na religião, nem em seu gênero. Uma ênfase significativa é colocada, no entanto, nas qualidades de um estudante individual, ou que o professor destes tópicos deveria possuir para merecer o estudo, a prática e o ensino. Aqui estão algumas referências:
Dados que o Brahma Sutras atribui aos Vedas como apauruṣeya (não de origem humana), anādi (sem início), ananta (sem fim) e sanātana (eterno), e então, como seu nome sugere, “Ayurveda” originário dos Vedas, a lógica nos permite concluir que, ainda que os humanos componham tratados sobre o assunto do Veda da Vida (Ayurveda), o conhecimento é inato ao cosmo, um eterno vidya (conhecimento/sabedoria) que esta além das amarras que limitam a humanidade.
Sendo assim, espera-se de alguém que estuda Ayurveda a habilidade de estar alinhado(a) com este vidya. Antigamente os alunos eram apenas aceitos por um professor após uma rigorosa avaliação de sua condição física, mental e de seu comportamento. A respeito das qualidades esperadas para um estudante, o texto Ayurvédico Aṣṭāṅga Saṅgraha diz:
“Um aluno devoto a (servir) seu professor, que tenha entusiasmo para o estudo, dotado de grande inteligência, memória e talento, cuja face, boca, nariz e olhos estejam agradáveis para se olhar, que seja um brahmacari (celibatário), que possa resistir a extremos (de calor e frio), que seja corajoso, virtuoso e fiel, que tenha apresentado tais qualidades ao professor por mais de seis meses, que seja puro (na fala), humilde, reservado em seu comportamento, limpo e dotado de muitas outras qualidades deveria ser iniciado (nos estudos) e ensinado até que ele atinja a maestria na ciência e nas atividades profissionais.”
Aṣṭāṅga Saṅgraha: Sūtrasthāna: II: 2-3
No capítulo referente aos ritos de iniciação formal de um aluno para a ciência da medicina, está dito no Suśruta Samhita:
“Tal iniciação deveria ser transmitida a um estudante pertencente a uma das três castas nascidas duas vezes [brāhmaṇa, kṣatriya and vaiśya], que seja jovem, nascido em uma boa família. Ele deve possuir um desejo de aprender e de força, energia de ação, contentamento, caráter, autocontrole, boa memória, intelecto, coragem, pureza na mente e no corpo, e uma compreensão simples e esclarecida. Ele deve comandar uma clara perspicácia nos temas de estudo, e seria ainda mais agraciado com as qualidades necessárias de possuir lábios, língua e dentes finos, ter um nariz reto, ser grande, honesto, ter olhos atentos, com um belo contorno da boca, e um estado de espírito de contentamento, que tenha a fala e o traquejo agradáveis, e que seja laborioso e esforçado em seus feitos. Um homem que possua características contrárias a esta, que possua atributos opostos não deveria ser admitido na (área sagrada da) medicina.”
Suśruta Saṃhitā: Sūtrasthāna: II: 2
Literalmente, esta passagem, entre outras, parece limitar o ensino do Ayurveda para indivíduos que seguem varṇa-āśrama-dharma (referente aos princípios das quatro castas) e não os mlecchas (literalmente, aqueles que “falam indistintamente” = não sabem o Sânscrito). O Caraka, por outro lado, usa o conceito de “nascida duas vezes” e vai além:
“Após completar o treinamento, o médico tem seu terceiro nascimento, pois ninguém leva o título de ‘vaidya’ apenas por direito. Ao concluir o treinamento, o espírito do Criador ou de um rishi certamente entrará nele. A partir de então, o médico é conhecido como ‘nascido pela terceira vez’.”
Caraka Cikitsāsthāna: I(4): 52-53
Aprendemos com nossos professores que é melhor pensar que muitas das afirmações nos textos são normativas, por exemplo, eles estabelecem normas para as quais todos os estudantes deveriam se esforçar para cultivar. Deste ponto de vista, toda alma tem potencial para desenvolver e nutrir a natureza do “nascido pela terceira vez”, com ênfase em cada personalidade forte em desenvolvimento e aspirando corresponder aos mais altos ideais para um praticante.
O Ayurveda não está sozinho nisso; a maioria dos śāstras (preceitos/tratados) esperam atributos semelhantes de seus estudantes. Segue o que Siva Svarodaya (um texto tântrico em Sânscrito) tem a dizer sobre o assunto:
“Esta ciência de Svarodaya deveria ser ensinada a um discípulo cuja natureza seja composta e pura, que tenha boa personalidade e que tenha sólida fé em seu guru, que seja obediente e corresponda ao comportamento atencioso demonstrado a ele …Isso não deveria ser dado a um indivíduo maldoso, descrente, descontrolado, de personalidade fraca, ou de natureza irritável, e que cometa adultério com a esposa de seu guru.”
Siva Svarodaya: 14-15
A razão pela qual tais estudantes deveriam ser escolhidos é que os médicos que emergem do curso em estudo terão destaque na profissão:
“Para ser eficiente, o médico deve possuir excelência no conhecimento teórico, vasta experiência prática, destreza e pureza.”
Caraka Saṃhitā: Sūtrasthāna: IX: 6
“A pessoa que, mesmo enquanto paciente, tem o desejo de viver deveria evitar o médico destituído das qualidades mencionadas anteriormente e que venda seus tratamentos (para ganhar dinheiro), pois tais médicos são os precursores da morte.”
Aṣṭāṅga Sangraha: II: 20
Há elementos de grande interesse nas passagens acima, todas consideráveis. Mas, vale saber que poucos, se é que há algum, estudantes modernos ou professores das ciências clássicas indianas, dentro ou fora da Índia, possuem todas as qualidades prescritas e aderem a todos os vetos e diretrizes. Isto é especialmente verdade se considerarmos as prescrições para como e quando o Ayurveda deveria ser ensinado e estudado; prescrições que incluem, por exemplo, a orientação de não estudar no dia da lua nova, o oitavo dia da quinzena da lua minguante, o décimo quarto dos quinze dias escuros, bem como os dias correspondentes aos quinze dias iluminados: o dia da lua nova, no amanhecer e no crepúsculo, quando não estivermos banhados, etc.
Parece que o que é considerado pelos sábios autores dos textos de Ayurveda como o mais importante nos alunos é menos sobre o quão perfeitamente estas pessoas se enquadram na descrição ideal e mais sobre quão diligentemente elas aprendem:
“Um pupilo que é puro, obediente ao seu preceptor, que se aplica constantemente em seu trabalho e abandona a preguiça e o sono excessivo chegará ao final (do estudo) da ciência. Um aluno ou pupilo que, após terminar seus estudos, faria muito bem em cultivar uma fala mansa e uma constante prática na arte que aprendeu, além de fazer incessantes esforços para conquistar a perfeição (nesta arte).”
Suśruta Saṃhitā: Sūtrasthāna: III: 20
“Os efeitos benéficos e prejudiciais das armas, das escrituras e da água dependem de quem os utiliza. Um médico, portanto, deveria nutrir sua sabedoria através do abundante estudo e prática antes de qualquer tratamento.”
Caraka Saṃhitā: Sūtrasthāna: IX: 20
Esta última citação é bastante notável por duas razões, primeiro pelo uso das palavras śastra e śāstra e em segundo lugar pelo uso da palavra prajñā. “Arma portátil” é o significado de śastra e “comando, regra, preceito” é o significado de śāstra. Como as duas palavras são da mesma raiz, elas podem ser consideradas relacionadas, e por isso há uma pequena dúvida se o Charaka tinha a intenção de enfatizar essa relação. Um tratamento cirúrgico literalmente envolve armas, e alguns tratamentos podem ser igualmente invasivos. O estudo de um śāstra jamais deveria ser, portanto, considerado meramente teórico, mas sempre tratado com o mesmo respeito que um guerreiro deve ter para com uma espada afiada. Uma “espada afiada” é geralmente a imagem aplicada ao prajñā, que significa “profunda sabedoria”. Sendo a causa raiz da doença prajñāparādha, apenas aqueles vaidyas que afiaram sua sabedoria a uma fina margem podem ser confiáveis para obter sucesso com prajñāparādha e suas causas. O dever de um vaidya é continuar estudando o śāstra para aumentar e purificar a sabedoria e ganhar a coragem para manejar prudentemente tal sabedoria, da mesma maneira que uma arma deve ser manejada. Aqui, mais uma vez, os sábios do Ayurveda enfatizam que a meticulosidade no estudo e a aptidão na prática são os pontos mais importantes que os alunos precisam cultivar, independentemente de quão “ideais” estes alunos possam teoricamente ser. Claro que algumas vezes todas essas qualidades são insuficientes devido ao contexto cultural no qual os alunos possam estar inseridos – por exemplo, aqueles de pele mais escura que são frequentemente marginalizados e encontram muito mais obstáculos em seus caminhos educacionais. O Vaidya Raghavan Thirumulpad, que estudou e praticou o Ayurveda na Índia de forma tradicional ao longo de toda a sua vida, recebeu o título de vaidyaratnam (“Joia entre vaidyas”), acreditava que este conhecimento deveria ser compartilhado com todos. Ele praticava os conceitos de Gandhi sobre curadoria e sarvodaya:
“Curadoria implica que a fortuna e o conhecimento de um indivíduo devem ser compartilhados com os outros e sarvodaya acarreta a elevação de todos.”
Se podemos concordar que este conhecimento deve ser compartilhado com todos, a questão que surge é sobre como proteger a integridade dele, por exemplo, como evitar que ele seja super simplificado ou diluído conforme se espalha. Thirumulpad não era ignorante nem ingênuo a respeito destes riscos, em vez de restringir a divulgação da informação, enfatizou que “o aprendizado sistemático, o entendimento e a propagação do Ayurveda irão protegê-lo da corrupção durante tal transformação”. Ele ensinou que a integridade do śāstra (ensinamento) é mantida se forem aderidos os quatro passos:
adhīti: análise, estudo, absorção e recordação do material;
bodha: ganho e internalização do conhecimento;
ācaraṇa: prática da medicina e do conhecimento nas nossas vidas e com nossos pacientes;
pracaraṇa: ensino do conhecimento aos outros.
Como um Patwardhan, Joglekar, Pathak e Vaidya escreve no “Cientistas Vaidyas: catalisar [sic] o renascimento do Ayurveda”, “O problema está em pular de adhīti para pracaraṇa sem bodha e ācaraṇa, quando os professores pregam sem praticar.” Quando isto acontece, os ensinamentos acabam diluídos.
Ao repetir o mesmo exemplo pungente duas vezes o Suśruta enfatiza o valor de bodha na passagem a seguir:
“Os esforços de um homem que estudou todo o śāstra do Ayurveda, mas erra ao fazer uma clara exposição dele, são em vão como os esforços de um traseiro que carrega um monte de sândalo (sem ao menos poder apreciar seu perfume). Uma pessoa tola que tenha conhecido uma enorme quantidade de livros sem obter um conhecimento verdadeiro neles proposto é como um idiota carregado de troncos de sândalo, que trabalha com o peso que carrega sem estar apto para apreciar suas virtudes.”
Suśruta Saṃhitā: Sūtrasthāna: IV: 2-3
Não é incomum no mundo moderno encontrarmos pessoas que escrevam livros sobre Ayurveda após apenas pouquíssimo treino no assunto, muito menos ainda na prática clínica. Como um contraponto e exemplo de devoção ao ācaraṇa, podemos olhar para Sun Si Miao (581-682 DC), um médico famoso, alquimista e autor de dois importantíssimos trabalhos de 30 volumes sobre a prática da medicina Chinesa. Ele viveu até seus 101 anos de idade. O padre taoista da octogésima oitava (88ª) geração nos dias atuais Jeffery Yuen ensinou que Sun Si Miao começou a praticar medicina ainda enquanto adolescente e escreveu seu primeiro livro aos 71 anos, após aproximadamente 60 anos de prática. Aos 90 anos ele escreveu uma série de volumes adicionais ao primeiro.
Referente ao ācaraṇa, Suśruta escreve que:
“Um médico que tenha estudado arduamente a ciência da medicina, e ponderado completamente, verificando as verdades que aprendeu, tanto por observação quanto pela prática, e tendo atingido aquele estágio de conhecimento (lúcido), o qual o habilitaria a fazer uma clara exposição a respeito da ciência (sempre que necessário), deveria abrir sua carreira médica (ou seja, iniciar a prática) com a permissão do rei de seu país. Ele deveria … caminhar com olhar brando e benigno como um amigo de todos os seres criados, pronto para ajudar a todos, franco e amigável em sua fala e postura, jamais permitindo que o controle da razão ou de seus poderes intelectuais sejam deturpados ou interfiram em sua conduta.”
Suśruta Saṃhitā: Sūtrasthāna: X: 2
Conhecimento deveria então ser compartilhado com aqueles que o empregarão de acordo com os ditados do darma e um estado mental caracterizado por sattva. Em relação a isso, ainda existem tradições familiares ou de praticantes que são mantidas em segredo, sendo disponibilizadas apenas para aqueles que recebem a permissão dos que guardam este conhecimento para aprender ou ensiná-lo.
O Caraka nos encoraja a usar o Ayurveda não apenas como uma maneira de sobrevivência, mas para melhorar a qualidade de vida humana:
“O Ayurveda foi esclarecido por grandes sábios devotados à piedade e que desejam um lugar imortal para o bem-estar [das pessoas] e não para ganhos ou divertimento. Aqueles que começam o tratamento apenas para o bem-estar humano e não para ganhos e divertimento excedem todos aqueles que vendem os regimentos da terapia para sustento devotados a um monte de poeira que fica de lado em lojas de ouro.”
Caraka Saṃhitā: Cikitsāsthāna: I: 55-62
Ao mesmo tempo, entende-se que nem todos possuem condições de praticar o Ayurveda sem a necessidade de ganhar seu sustento. Bem como observado por Ramkumar, “branco, preto ou marrom: nada disso deveria ter importância. Se o ensino e a cura pelo Ayurveda são comercializados por dinheiro hoje em dia, ninguém que tenha a sabedoria e o tato para a cura deveria fazê-lo. A linha entre o darma e o não-darma está entre a ‘necessidade’ e a ‘ganância’.” O Caraka concorda que, em seu preceito final sobre dinacaryā (rotina diária):
“Uma pessoa deveria iniciar a praticar esses meios de sobrevivência que não sejam contraditórios ao darma. Igualmente, ele deve persuadir uma vida de paz e estudo.”
Caraka Saṃhitā: Sūtrasthāna: V: 104
Uma área onde a questão de apropriação cultural parece ter relevância para nós é relacionada à comercialização do conhecimento Ayurvédico, particularmente no campo da biopirataria e no direito de propriedade intelectual. Porque nossas fontes autorizadas ensinam que o conhecimento dos Vedas pertence a todos (ou a ninguém), qualquer “direito autoral” ou “marca registrada” sobre esse conhecimento seria contrário a esse propósito.
Ao tornar mais difícil que outros estudem ou pratiquem o Ayurveda, é constituído o não-darma — adharma. Por exemplo, diversas empresas em vários países têm tentado patentear diversas ervas indianas que são amplamente utilizadas, como o neem e a cúrcuma. Se estes esforços tivessem sido bem-sucedidos, teriam dificultado a produção na Índia, bem como a venda e utilização destas plantas sem restrição. Felizmente, estes esforços foram vencidos na justiça e nos tribunais indianos. Aprendemos com nossos professores que devemos sempre desconfiar de qualquer tipo de preconceito.
“Historicamente, o Ayurveda é progressista e inclusivo, adotando uma abordagem integrativa com outros sistemas.”
Conforme consta no Caraka Saṃhitā:
“A ciência da vida talvez nunca atinja uma finalidade. Portanto, a indústria humilde e incansável deveria caracterizar sua abordagem para o conhecimento. O mundo inteiro consiste em professores para os sábios. Portanto, o conhecimento propício para a saúde, longevidade, fama e excelência, proveniente até mesmo de uma fonte/inimigo não familiar deveria ser respeitosamente recebida, assimilada e utilizada.”
Caraka Saṃhitā: Vimānasthāna: VIII: 14
O que se torna questionável, particularmente do ponto de vista da apropriação cultural, é o problema do contexto cultural. O Ayurveda nasceu na Índia e muito deste conhecimento existe dentro de um contexto cultural que é indiano. O Ayurveda pode ainda ser prejudicado quando pessoas de outras culturas tentam usá-lo ou, pior, ensinar tal conhecimento, porém ignorando o contexto do qual faz parte. Podemos mencionar a pronúncia equivocada do Sânscrito como exemplo específico.
SÂNSCRITO
Muitas tradições do Ayurveda existem na Índia, nem todas elas explicadas em Sânscrito. Hoje, porém a educação Ayurvédica profissionalizada, na Índia e fora dela, é baseada em textos antigos em Sânscrito, e ter um conhecimento neste idioma é essencial para toda a compreensão da ciência.
O Sânscrito mais corretamente samskṛta, que literalmente significa “bem construído”. A pronúncia do Sânscrito não é arbitrária. O Sânscrito é um idioma estruturado, e quando corretamente pronunciado pode convir mais do que significados superficiais de palavras individuais. Não é fácil nem mesmo para os indianos modernos pronunciá-lo corretamente, muito menos para aqueles que não cresceram falando uma língua indiana.
Esta situação é ainda mais complicada pelo fato das palavras em Sânscrito que são escritas em Romano geralmente carecerem de marcas que identifiquem qual letra está sendo transliterada. Sendo assim, se uma pessoa não souber a palavra, talvez seja impossível saber a pronúncia correta sem pesquisá-la.
O Dr. Fred Smith, Professor de Sânscrito e de Religiões Indianas Clássicas na Universidade de Iowa, faz um comentário sobre a pronúncia correta do Sânscrito:
“Eu divido [a pronúncia ‘correta’] em Indiano do Norte, Ocidental e do Sul, com as variantes da Índia oriental, embora não tão notáveis. O maior problema da pronúncia não-indiana das palavras em Sânscrito, amplamente encontradas no mundo anglófono e nos idiomas europeus, é a tendência a colocar a ênfase da palavra na penúltima sílaba. Não é o caso para o Sânscrito, onde a sílaba tônica é sempre a mais próxima do fim da palavra com vogal longa ou consoantes conjuntas. Assim Rāmāyaṇa, tem a ênfase no -mā- e Mahābhārata no -bhā-, e assim por diante. Entre os ocidentais, existe uma quase total falta de conhecimento sobre vogais longas e curtas em Sânscrito, a entoação correta das consoantes aspiradas, e a clara distinção (pelo menos para os indianos, estudiosos treinados e indófilos como eu) entre as consoantes retroflexas (ou seja, com a língua enrolada para cima e para trás) e dentais (-ṭa- e -ta-, etc.). Além disso, existem maneiras diferentes de articular -jña-: -gya- na influência do hindi no norte da Índia, -dnya- do Maharashtra & Gujarat, -gna- no sul da Índia. Algumas vezes, tanto o Bengali quanto o Oriya influenciaram a Índia oriental, e a distinção é perdida entre ṣ/ś e -s-.
O mesmo acontece com Tamilnadu. A pronúncia do -v- > -va-, -vi-, etc., varia entre -v- e -w-. Não são incorretas. Frequentemente no início das palavras a letra v- é usada, mas quando seguida por outra consoante, ela alterna para -w-, como em tvam > twam, śva > śwa, sva > swa. Intervocalicamente, ela sempre será um -v-, como em avatāra, eva, etc. Os bengalis sempre pronunciarão o -v- como -b-. Sem problemas. A tendência a pronunciar -ph- como -f- é comum na Índia, especialmente com a influência do urdu no hindi. Isso acabou levando a uma pronúncia europeia e anglófona, embora não sistematicamente. A regra para os não-indianos que almejam falar o Sânscrito corretamente deve ser usar o -ph- (aspirado) sempre que possível. Da mesma forma, aqueles que falam deveriam reparar a letra -a- curta ao final das palavras, quase não pronunciada pelos falantes de hindi. Isso quer dizer que são poucas as formas para a pronúncia correta e muitas para a incorreta do Sânscrito, mesmo que haja muito treino.”
Em resumo, os grandes problemas com a pronúncia do Sânscrito dos não-indianos são:
a tendência em colocar a sílaba tônica da palavra na penúltima sílaba;
falta de conhecimento sobre as vogais longas e curtas;
falta de flexão correta das consoantes;
falta de distinção entre consoantes retroflexas e dentais;
falha ao utilizar o -a- ao final das palavras.
A natureza intrinsecamente fonética do Sânscrito significa que estas não são preocupações triviais. Para aqueles que conhecem a escrita devanāgarī, este vídeo pode ajudar a refinar a pronúncia.
Em diversas ocasiões ouvimos pessoas—desde as mais modestamente até as mais bem-educadas em Sânscrito – pronunciando termos ou palavras em Sânscrito, extrema ou ligeiramente errado – até mesmo omitindo sílabas inteiras, ainda se sentem confiantes com sua pronúncia. A pronúncia errada não nega o valor do que é ensinado. Welch observa que ela “estudou a partir de alguns desses indivíduos – pessoas que, no entanto, haviam estudado profundamente a teoria e a prática de várias linhagens, e que transmitiram os ensinamentos de maneira viva”. Por outro lado, isto denúncia um nível de ignorância a respeito do conhecimento do idioma.
Ainda que os textos do Ayurveda que usamos sejam escritos em Sânscrito, geralmente na escrita devanāgarī, o Ayurveda não precisa ser ensinado naquele idioma e não é essencial que os estudantes do Ayurveda aprendam a ler e escrever devanāgarī, nem um método preciso de transliteração.
Entretanto, sem este conhecimento, é garantido que as palavras em Sânscrito serão frequentemente pronunciadas de forma incorreta. Um exemplo notável com relação à pronúncia incorreta é a própria palavra “Ayurveda”, que os alunos, praticantes e professores ocidentais geralmente pronunciam “Arr-iu-vêda”, quando a pronúncia correta é “Ah-iuuur-veda”. Nossa esperança é que aqueles professores do Ayurveda que escolherem usar o Sânscrito em seus ensinamentos farão sérios esforços para refinar sua própria pronúncia e, se não se sentirem completamente confiantes no quesito, dizer aos seus alunos que, enquanto estiverem buscando tentativas sinceras para se articularem corretamente, eles também cometerão erros, pelos quais eles devem pedir aos seus alunos sejam tolerantes e para que o idioma os perdoe.
Entoar mantras e canções em Sânscrito introduz uma camada adicional de complicação no formato dos chandas, ou métricas. Há inúmeras métricas, algumas delas são complexas, e as regras para a entoação védica são bastante rígidas, além dos textos clássicos. Para alguns hinos, ritmos e melodias são estritamente fixas; para outros nem tanto. O que torna esse ponto crítico é saber o que pode ou não ser alterado, e isso agride ao ouvido, ter que escutar a alguém que tenta cantar ou recitar um canto sem seguir o estilo tradicional, particularmente se pronunciado incorretamente, e fora de tom e ritmo.
Nosso ponto aqui é simples: fomos ensinados que qualquer pessoa que escolha usar o Sânscrito deve respeitá-lo suficientemente para se empenhar em aprender a como usá-lo corretamente, da mesma forma que, quem decide usar o Ayurveda deve fazer o mesmo esforço.
CONCLUSÃO: Concluímos e reconhecemos que, talvez tenhamos nos equivocado nas opiniões, e que nossas perspectivas sobre estas questões devem evoluir. Aprendemos a ver as coisas a partir das perspectivas baseadas nos nossos professores e linhagens, mas aprendemos as coisas de forma incompleta. Nos refugiamos nos aconselhamentos e no convite para aprendermos o que temos e como aplicamos. Nos acomodamos nos ombros dos nossos professores, aprendendo com eles a partir de seus convites, se eles estiverem ensinando por dinheiro, ou não. Cabe a nós mesmos aprender, praticar e ensinar, enquanto tentamos de forma sincera e honesta viver com as orientações dos nossos professores e cultivar as qualidades que os clássicos nos aconselham a desenvolver.
Listamos alguns materiais abaixo para investigar experiências de apropriação cultural relacionadas especificamente ao Ayurveda. Se você souber de outras fontes e perspectivas, compartilhe conosco:
- Básicos Ayurvédicos 1: As Origens do Ayurveda, por Srinivas Krishnaswamy, apresenta um panorama geral incrível sobre as origens do Ayurveda e amplitude de seu contexto cultural;
Inglês: Ayurvedic basics 1: The Origins of Ayurveda by Srinivas Krishnaswamy, gives a wonderful overview of the origins of Ayurveda and breadth of its cultural context
- Como o bem-estar foi embranquecido, por Anita Bhagwandas;
Inglês: How wellness got whitewashed, by Anita Bhagwandas
- Entrevista com Susanna Barkataki: Ayurveda, Yoga + Apropriação Cultural;
- Svādhyāya & Black Lives Matter: Curando As Feridas Da Desigualdade, por Claudia Welch. Ainda que não sobre apropriação cultural no Ayurveda, este trabalho investiga algumas questões e respostas relacionadas a tópicos de racismo que podem causar danos, e como as pessoas brancas devem começar a aplicar o Ayurveda com uma perspectiva menos prejudicial. Este artigo inclui uma lista mais extensa de recursos ao final do texto.
Inglês: Svādhyāya & Black Lives Matter: Healing The Wounds Of Inequity by Claudia Welch. While not about cultural appropriation in Ayurveda, this explores some questions and responses related to issues of racism that can cause harm, and how white people might begin to apply an Ayurveda perspective to do less harm. This article includes a more extensive list of resources at the bottom of the article.
AUTORES do TEXTO:
Por Drº. Ramkumar, Drº. Robert Svoboda & Drª. Claudia Welch
Vaidya Drº. Ramkumar - ÍNDIA
Dr. Ramkumar é um estudante de longa data do Ayurveda e de outros sistemas de conhecimento tradicionais indianos. Se tornou Vaidya cursando o curso tradicional de ensino do ayurveda, chamado: GuruKula, onde durante sete anos e meio viveu dentro de um Ashram estudando ayurveda.
É um dos fundadores e diretor do VAIDYAGRAMA, uma comunidade focada 100% no ayurveda, com atendimentos, tratamentos e cursos, 100% sustentavel.
Nas últimas duas décadas, deu palestras e conduziu workshops nas Américas, África, Europa, Austrália e muitas partes da Ásia, promovendo saúde, felicidade e contentamento.
Dr. Robert E. Svoboda (Ayurvedacharya) B.A.M.S – (USA)
Formado em Medicina Ayurveda e Cirurgia, na Universidade de Pune em 1980, recebeu assim o titulo de Ayurvedacharya (B.A.M.S.).É o primeiro Ocidental a se formar em uma faculdade de ayurveda (1980) e assim ser licenciado para a prática do ayurveda na Índia.Viveu na Índia de 1973-80 e 1982-86. Neste tempo teve contato permanente com o seu mentor Vimalananda Aghori que o tutelou em ayurveda, yoga, jyotish (astrologia), tantra e outras disciplinas.Em junho de 1973 foi o primeiro membro branco a ser iniciado na tribo Pokot no norte do Quénia. De 1975-80 venceu todos os prêmios de excelência acadêmica em ayurveda na Universidade de Pune incluindo o premio Ram Narayan Sharma.Desde 1985 viaja o mundo realizando palestras, ministrando consultoria ensinando e escrevendo. Faz parte do corpo docente como professor adjunto do Instituto do Dr. Vasant Lad, no Novo México e da Universidade Bastyr, Kenmore, WA. Autor dos livros: The Hidden Secret of Ayurveda (1980), Prakriti: Your Ayurvedic Constitution (1988), Ayurveda: Life, Health and Longevity (1992), Tao e Dharma Tao and Dharma (com co-autor Arnie Lade) (1995) este com edição em português e Ayurveda para Mulheres, Ayurveda for Women (1999). É autor de diversos outros livros sobre hinduismo, tantra, astrologia, vastu etc.Dr. Robert Svoboda é sem sombra de dúvida a maior autoridade ocidental do ayurveda.
Drª. Claudia Welch - USA
A Dra. Claudia Welch sempre foi uma estudante da vida e da medicina. Ela praticou Ayurveda, trabalhou no ensino de medicina oriental, é licenciada como Doutora em Medicina Oriental e autora do livros:
Balance Your Hormones, Balance Your Life: Achieving Optimal Health and Wellness Through Ayurveda.
Chinese Medicine and Western Science.
The Four Qualities of Effective Physicians: Practical Ayurvedic Wisdom for Modern Physicians.
Welch ministrou palestras internacionalmente sobre medicina oriental e Ayurveda, explorando como a medicina oriental se aplica à saúde da mulher e à realidade atual em geral. Ela atuou no corpo docente do Ayurvedic Institute do Dr. Lad, da Escola Kripalu de Ayurveda, do Southwest Acupuncture College e ministrando seminários de acupuntura.
Tradução: Patricia Izumi
Revisão: Erick Schulz
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